Reforma
Juiz da Ficha Limpa é contra as doações de empresas para candidatos
Brasília
THIAGO VILARINS
Da Sucursal
Responsável pela vitoriosa campanha pela lei de iniciativa popular da Ficha Limpa (LC 135/2010), o juiz Marlon Reis, coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), agora inicia a coleta de mais de 1,5 milhão de assinaturas para a campanha Eleições Limpas, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que promete mudar o sistema eleitoral brasileiro. Para Márlon Reis, o atual sistema eleitoral não serve ao Brasil. "Se um dia ele serviu, hoje não serve mais. Ele não diz respeito aos valores, ele desrespeita o senso da sociedade ao privilegiar o abuso do poder político e econômico ao dar vazão à desigualdade nas disputas eleitorais."
As estatísticas mostram que dos 513 deputados federais, 369 foram eleitos entre os que tinham mais volume de recursos financeiros. Para Márlon, as eleições brasileiras são pagas por empresas e isso está errado, na concepção das entidades que vêm trabalhando na construção do projeto Eleições Limpas. A Campanha quer propor um projeto com outro modelo de financiamento, um modelo que permita que a disputa aconteça não na base de quem tem mais dinheiro em caixa, mas na base de quem tiver as melhores propostas para o País.
Em entrevista exclusiva a O LIBERAL, ele defende que é preciso reduzir imensamente os custos das campanhas. O primeiro ato foi propor a extinção de doação de empresas, pelo fato de empresas não serem titulares de direitos políticos, não exercerem cidadania, e sim, terem por finalidade a obtenção de lucro. "As doações empresariais são a base da corrupção política brasileira. Pode olhar que os principais escândalos dos últimos anos sempre tiveram como plano de fundo a doação de campanha", destaca. Confira a entrevista.
Por que o senhor defende que esse anteprojeto é a melhor resposta para a sociedade que reivindica nas ruas o fim dos casos de corrupção?
Nós não podemos deixar esse momento que o Brasil vive passar em vão. E uma das maiores conquistas que nós podemos alcançar é a mudança do modelo político-eleitoral, porque hoje o sistema provoca um distanciamento entre a sociedade e os poderes instituídos. Isso foi a principal causa, na nossa visão, de tanta indignação e tanta ansiedade que se transformou em mobilização no Brasil. Nós precisamos estreitar os vínculos entre a sociedade e o Poder Público para fazer com que o Poder Público, realmente, realize os anseios da sociedade. Esse modelo atual, definitivamente, não serve ao País. Se um dia ele serviu, hoje não serve mais. Ele não diz respeito aos valores, ele desrespeita o senso da sociedade ao privilegiar o abuso do poder político e econômico ao dar vazão à desigualdade nas disputas eleitorais. fonte:www.orm.com.br
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