Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho foi preso pela PF.
Ele é suspeito de receber propina por contratos. Defesa não respondeu.
Jornalista de formação, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho, preso nesta quinta-feira (17), começou a ganhar destaque na política na década de 1990, quando foi campeão de votos ao se eleger deputado estadual.
Com três mandatos como deputado, ele acabou se elegendo senador em 2002 e depois comandou o governo do estado do Rio por duas vezes.
Alvo da Operação Calicute, Cabral foi preso pela Polícia Federal sob a suspeita de receber milhões em propina para fechar contratos públicos. A operação apura desvios em obras do governo estadual. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões. A defesa do ex-governador não se manifestou.
Ascensão política
Cabral fazia parte do PMDB na juventude, mas começou a ganhar destaque na política do Rio a partir de 1990, quando se elegeu deputado estadual pelo PSDB. Campeão de votos, foi reeleito para o cargo em 1994 e em 1998.
Cabral fazia parte do PMDB na juventude, mas começou a ganhar destaque na política do Rio a partir de 1990, quando se elegeu deputado estadual pelo PSDB. Campeão de votos, foi reeleito para o cargo em 1994 e em 1998.
O bom desempenho nas eleições o cacifou para presidir a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), cargo que ocupou por oito anos.
Nesse meio tempo, disputou a Prefeitura do Rio por duas vezes (em 1992 e 1996), mas perdeu as eleições.
Suspeita
Em 1998, surgiu a primeira suspeita envolvendo o nome de Cabral, em razão da compra de uma casa em Mangaratiba, no sul do estado.
Em 1998, surgiu a primeira suspeita envolvendo o nome de Cabral, em razão da compra de uma casa em Mangaratiba, no sul do estado.
O então governador do Rio, Marcello Alencar, também do PSDB, rompeu com Cabral e entrou com uma representação no Ministério Público Estadual contra ele por improbidade administrativa. A investigação de enriquecimento ilícito acabou arquivada.
Senado
Em 2002, elegeu-se senador pelo Rio de Janeiro pelo PMDB em uma aliança com Rosinha Garotinho (esposa de Anthony Garotinho), que se elegeu governadora.
Em 2002, elegeu-se senador pelo Rio de Janeiro pelo PMDB em uma aliança com Rosinha Garotinho (esposa de Anthony Garotinho), que se elegeu governadora.
Governo do Rio
Virou governador do Rio de Janeiro pela primeira vez em 2006, seu primeiro cargo no Executivo, quando se elegeu pelo PMDB com apoio dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho. A chapa dele tinha Luiz Fernando Pezão como vice.
Virou governador do Rio de Janeiro pela primeira vez em 2006, seu primeiro cargo no Executivo, quando se elegeu pelo PMDB com apoio dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho. A chapa dele tinha Luiz Fernando Pezão como vice.
A sua gestão teve como principal marca na área de segurança pública a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) com objetivo de retomar as comunidades dominadas pelo tráfico.
Em 2009, outro feito no seu governo foi a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Reeleição
Em outubro de 2010, Cabral foi reeleito governador ainda no primeiro turno, com mais de 66% dos votos, tendo Pezão de novo como vice.
Em outubro de 2010, Cabral foi reeleito governador ainda no primeiro turno, com mais de 66% dos votos, tendo Pezão de novo como vice.
Sérgio Cabral, Cavendish e secretários do governo do Rio durante jantar em Paris em 2009 (Foto: Reprodução/TV GDelta e Cavendish
O declínio da popularidade do ex-governador veio com a revelação da ligação dele com Fernando Cavendish, empreiteiro, dono da construtora Delta.
Em 2011, um acidente de helicóptero matou a nora dele, o filho e a mulher do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da empresa Delta, revelando a amizade entre os dois.
Em 2012, a Delta foi declarada inidônea e desdobramentos da Operação Monte Carlo levam ao fim da amizade entre Cabral e Cavendish.
Ainda nesse ano, foram reveladas fotos feitas durante viagem oficial em 2009 que mostravan um encontro entre secretários estaduais de Cabral e Cavendish em um restaurante de Paris.
No encontro, todos aparecem com guardanapos de pano branco amarrados na cabeça. O episódio gerou repercussão negativa.
Em Mônaco, o empreiteiro também participou da comemoração do aniversário da então primeira-dama do Rio Adriana num dos restaurantes mais caros do país.
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Protestos
Embalados pela onda de protestos de 2013, manifestantes foram às ruas se manifestar contra suspeitas de corrupção no governo Cabral.
Embalados pela onda de protestos de 2013, manifestantes foram às ruas se manifestar contra suspeitas de corrupção no governo Cabral.
Manifestantes chegaram a acampar durante dias junto do prédio onde ele morava, no Leblon, zona sul do Rio.
Na mesma época, o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza desapareceu após uma operação da UPP da Rocinha foi uma das crises mais graves enfrentadas pela gestão de Sérgio Cabral.
Renúncia
Em abril de 2014, Sérgio Cabral renunciou ao mandato de governador do Rio de Janeiro. A estratégia era dar mais visibilidade ao seu vice, Pezão, que iria disputar o governo do Rio nas eleições de outubro daquele ano. Pezão se elegeu. Desde então, Cabral reduziu suas aparições públicas.
Em abril de 2014, Sérgio Cabral renunciou ao mandato de governador do Rio de Janeiro. A estratégia era dar mais visibilidade ao seu vice, Pezão, que iria disputar o governo do Rio nas eleições de outubro daquele ano. Pezão se elegeu. Desde então, Cabral reduziu suas aparições públicas.
Delação
Em junho de 2016, um ex-executivo da Andrade Gutierrez disse em delação premiada que houve um pedido de Wilson Carlos, que era secretário de Governo da gestão Sérgio Cabral, para que fosse pago ao Tribunal de Contas do Estado 1% de propina sobre o valor da reforma do Maracanã.
Em junho de 2016, um ex-executivo da Andrade Gutierrez disse em delação premiada que houve um pedido de Wilson Carlos, que era secretário de Governo da gestão Sérgio Cabral, para que fosse pago ao Tribunal de Contas do Estado 1% de propina sobre o valor da reforma do Maracanã.
Bloqueio
Em julho de 2016, o Tribunal de Contas do Estado bloqueia de R$ 198 milhões em créditos para as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez em relação a obras de reforma do Maracanã para a Copa de 2014.
Em julho de 2016, o Tribunal de Contas do Estado bloqueia de R$ 198 milhões em créditos para as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez em relação a obras de reforma do Maracanã para a Copa de 2014.
Prisão
Em 17 de novembro de 2016, Cabral Filho é preso pela Polícia Federal na Operação Calicute, braço da Lava-Jato, sob a acusação de liderar grupo que desviou R$ 224 milhões em contratos com empreiteiras. Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, foi levada em condução coercitiva para depor.
Em 17 de novembro de 2016, Cabral Filho é preso pela Polícia Federal na Operação Calicute, braço da Lava-Jato, sob a acusação de liderar grupo que desviou R$ 224 milhões em contratos com empreiteiras. Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, foi levada em condução coercitiva para depor.
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