Acho que a maioria das pessoas já ouviu dizer que quando temos algo que não aceitamos em nós e vemos esse defeito em outra pessoa, isso nos causa um incômodo intenso. E muitas pessoas vão externar esse incômodo atacando o outro, criticando, julgando.
Há quem fale até que tudo, absolutamente tudo, que você não gosta em outra pessoa, tudo que você critica, é exatamente um defeito que você tem. O outro é apenas um espelho seu, refletindo o que você não gosta em si mesmo.
Esse é um ponto de vista interessante. Acredito que a necessidade de criticar e julgar o outro nem sempre é porque carregamos o mesmo defeito, mas certamente está diretamente ligado a questões de autoestima. Já escrevi um texto que fala sobre “O que nos leva a falar mal dos outros”: http://www.eftbr.com.br/mostra_artigo.php?idconteudo=63&idsecao=1
A necessidade de se elevar, de se sentir superior levando a uma irresistível vontade de falar dos defeitos alheios como se disséssemos “eu sou melhor do que fulano que tem tal defeito”.
Quero também dizer que quando eu escrevo esses textos e falo sobre esses temas, me baseio em análises que faço do meu próprio comportamento, dos meus defeitos e não só de defeitos de clientes e outras pessoas. Algumas pessoas leem o que eu escrevo e, às vezes, têm a impressão de que tenho algo de mais elevado ou “espiritualizado” por enxergar essas coisas. Impressão equivocada...
Mas vamos voltar à teoria do espelho. Certamente é verdade que quando vemos o nosso defeito no outro, o incômodo é grande. Ainda mais quando esse defeito está semiconsciente ou inconsciente; ou quando é algum defeito que tentamos reprimir, mas que no nosso íntimo está latente. Hmm... quando vemos no outro, sentimos raiva, vontade de falar mal, pensamentos de julgamento vêm à tona. Algumas pessoas expressam, outras não.
Vemos uma pessoa muito julgadora e aí falamos: “fulano é muito crítico, muito julgador”. E o que estamos fazendo ao fazer esse comentário? Julgando e criticando exatamente o defeito que apontamos no outro.
O que não gostamos no outro, certamente, revela coisas muito importantes a nosso respeito. Sempre que estou aplicando terapia de EFT em alguém, pergunto ao cliente quem são as pessoas que mais o incomodam. Nossa! Como surge material para trabalhar que revela defeitos do cliente que ele não aceita, além de várias outras questões de autoestima.
O interessante é que alguns clientes falam: “mas eu não quero falar de fulano, ou tratar fulano na terapia”. Sentem como se fosse uma perda de tempo. Estão pagando para “tratar” de outra pessoa. Mas o que sempre explico é que falar do outro é falar de si mesmo. Você está, na verdade, falando dos sentimentos que VOCÊ sente ao falar do outro. Então, estamos tratando 100% você e não a outra pessoa.
Tive um exemplo assim recentemente. A cliente falava sempre da sogra: “ela é julgadora, desdenha dos outros, acha que sabe tudo etc.” Ela tinha resistência em falar dela durante a sessão de EFT, pois sempre dizia sentir como se perdesse tempo, que não valia a pena “falar dela”.
Depois de tratarmos a raiva em várias sessões, ela mesma chegou à conclusão e falou: “nossa! Tudo isso sou eu quem carrega. Eu sou julgadora, eu desdenho, eu acho que sei de tudo...”. Ficou bem claro e consciente, portanto, teve um efeito terapêutico excelente.
E como é difícil lidar com pessoas difíceis. E como é difícil lidar com a crítica. Essas situações e pessoas trazem à tona nossos defeitos mais profundos, por isso é tão importante dar atenção ao que você sente ao lidar com essas situações. Se você sentiu algo de negativo, se você se incomodou, então o problema é seu e não do outro (mesmo que a pessoa tenha criticado você ou tenha sido desagradável). Aí você revida e o outro se sente incomodado – também é problema na autoestima dele, por isso que se incomodou.
fonte:http://www.eftbr.com.br/artigo.asp?i=189
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