"Feridas nos lábios, mau hálito, dentes mal cuidados e
sangramento gengival (gengivite) são indicativos de maus cuidados com a higiene
bucal; e o beijo deve ser evitado"
Os beijoqueiros devem
ter cautela durante o ano todo, mas principalmente no Carnaval, onde muitos
intensificam o ato de beijar. O beijo na boca pode transmitir várias doenças,
inclusive as sexualmente transmissíveis.
Além do carinho, do
afeto e das emoções compartilhadas durante o beijo na boca, as pessoas trocam
saliva (fluido formado por 99% de água e que contém amilase, enzima digestiva
que decompõe o amido contido nos alimentos), sais minerais e uma gama de
micro-organismos, muitos deles causadores de doenças.
Por mobilizar cerca de 30 músculos da face, um beijo
caloroso pode consumir de três a cinco calorias e faz o coração bater mais
rápido, podendo chegar a 150 batimentos por minuto; ativa a circulação
sanguínea, aumenta a oxigenação nas células, estimula a produção de hormônios
como ocitocina (produzida no hipotálamo e armazenada na glândula hipófise,
também responsável pela sensação de confiança, calma e bem-estar) e serotonina
(secretado por certas células do tubo digestivo e no tecido cerebral).
É claro que, dado com carinho, afeto e paixão, o beijo
acalma, relaxa e combate o estresse. No entanto o hábito de “ficar”, de beijar
várias pessoas, geralmente desconhecidas, em uma mesma noite, não é nada
salutar, pois, além de bactérias, o beijo também pode transmitir vírus
causadores de doenças.
Cuidar da saúde bucal
reflete na saúde como um todo. Não se trata apenas de uma mera informação.
Acima de tudo, é uma questão de saúde pública (pois todos têm o direito de
cuidar de sua saúde). Os cuidados da saúde bucal também devem fazer parte da
educação escolar.
• Cárie dental – doença infectocontagiosa causada por
bactérias como Streptococcus mutans, que provoca a desmineralização do esmalte
do dente, ocasionando destruição localizada, progressiva e irreversível.
• Gengivite – inflamação da gengiva, causada por bactérias
(placas), que pode se agravar e atingir o osso alveolar, o qual envolve e
mantém firmes os dentes. Tem-se observado o aumento do número de casos de
gengivite. É de se crer que, além da ausência de cuidados com a higiene bucal,
a prática do “ficar”, muito comum entre os jovens e adultos de hoje, esteja
contribuindo para isso.
• Faringite – inflamação da faringe, região situada entre as
amígdalas e laringe (onde se forma a voz), pode ser causada por vírus e
bactérias.
• Laringite – inflamação aguda ou crônica da laringe (onde
estão as cordas vocais), causada por vírus e também bactérias.
• Amigdalite – inflamação das amígdalas, geralmente
provocada por uma infecção estreptocócica (bacteriana) ou, com menos
frequência, por uma infecção viral.
• Herpes labial – afecção cutânea aguda causada pelo Herpes
simplex virus.
• Mononucleose – é uma doença de progressão benigna e muito
comum; 79% dos casos são causados pelo vírus Epstein-Barr, e 21%, pelo
Cytomegalovirus, ambos transmitidos pelo beijo, saliva e troca de outras
secreções. Caracteriza-se por febre, aumento do número de monócitos (globulos
brancos) no sangue, angina (sensação de angústia, opressão torácica, devido a
um fornecimento insuficiente de oxigênio ao coração), aumento do volume do
baço, erupções cutâneas, etc.
• Hepatite A e B – infecção inflamatória
do fígado. A
vacinação pode preveni-la. • HPV – vírus do papiloma humano, infecta a pele ou
mucosas, possui mais de 200 variações diferentes, cuja maioria dos subtipos
encontra-se associada a lesões benignas (verrugas); no entanto alguns tipos são
encontrados em certas neoplasias (cancro do colo do útero). Sua principal forma
de transmissão é por via sexual. Considerada uma das mais frequentes das
doenças sexualmente transmissíveis.
• Meningite – inflamação das meninges (conjunto das três
membranas que envolvem o eixo cerebroespinhal). Pode ser cerebral, espinhal ou
cerebroespinhal, de origem bacteriana, tóxica, parasitária ou secundária a
diversas doenças.
• Uretrite – inflamação da mucosa da uretra.
• Candidíase – afecção aguda, subaguda ou crônica causada
por leveduras pertencentes ao gênero Candida albicans.
• Gripe – doença infecciosa muito contagiosa, quase sempre
epidêmica, devido a vários vírus do grupo Myxovirus influenzae.
• Tuberculose – doença infecciosa e contagiosa causada pelo
Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch).
• Sífilis – doença sexualmente transmissível causada pelo
Treponema pallidum (treponema pálido).
• Gonorreia – ou blenorragia, é causada por gonococo,
caracteriza-se por uma inflamação das vias genitourinárias (relativo às funções
de reprodução e de eliminação de urina), com corrimento purulento e dores à
micção. Sua transmissão ocorre através do contato sexual.
• A saliva não transmite o vírus da AIDS, que só é
transmitido através do sangue. Se o beijo acontece entre duas pessoas que têm
gengivite, ou qualquer outro ferimento na boca, o HIV pode penetrar na corrente
sanguínea.
• Após ter comido doce e sem a devida escovação dos dentes,
se o beijo acontece, pode haver a transmissão de um coquetel de ácidos de
bactérias e açúcares.
• Se a pessoa tem placa bacteriana, as chances de se
adquirirem novas cáries são bastante grandes; idem em relação à gengivite.
Após a limpeza da boca, da língua, dos dentes e da gengiva,
deve-se mascar um pedaço pequeno de gengibre (Zingiber officinale, que
apresenta propriedades anti-inflamatórias e digestivas) e um cravo-da-índia
(Syzygium aromaticum, poderoso antisséptico, bastante utilizado na Odontologia)
durante cinco minutos. Logo após, jogar fora e fazer um bochecho com água fria.
O odor do cravo com o gengibre é agradável, o que ajuda a liberar serotonina,
neurotransmissor responsável pelo bem-estar e prazer.
• A Echinacea purpurea (equinácea) e a Uncaria tomentosa
(Unha-de-gato) têm demonstrado ser muito efetivas no combate do herpes. Num
estudo envolvendo 500 pacientes tratados com equinácea, houve 100% de melhora
do quadro.
• Feridas nos lábios, mau hálito, dentes mal cuidados e
sangramento gengival (gengivite) são indicativos de maus cuidados com a higiene
bucal; e o beijo deve ser evitado.
• Um beijo mais ardente pode provocar sangramento na região
do body-piercing, havendo o risco de infecção do vírus HIV, se o sangue entrar
em contato com a lesão bucal.
• É necessário realizar uma boa higiene bucal diariamente e
sempre após as refeições. Usar fio dental, escovar os dentes e usar um
anti-séptico bucal.
• Também, antes e após o beijo, além dessa escovação, usar
um anti-séptico bucal, para que se diminuam as chances de transmissão de algum
tipo de doença.
Por Gilberto Coutinho
Fonte:http://www.tuasaude.com/doencas-transmitidas-pelo-beijo/
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