Castanhas do Pará também conhecidas em outros países como castanhas do Brasil, são as sementes da castanheira do Pará (Bertholettia excelsa, família Lecythidaceae), uma árvore típica da floresta Amazônica, que pode alcançar até 60 metros de atura. Além de saborosa, a castanha do Pará é um alimento que proporciona muitos benefícios para a saúde. O texto a seguir mostra os benefícios da castanha do Pará para a nossa saúde, para que serve, e propriedades nutricionais.
Para que serve a castanha do Pará?
A castanha do Pará serve como alimento, “remédio” e matéria-prima para a indústria. As sementes podem ser consumidas in natura, torradas ou usadas como ingrediente de pratos doces e salgados.
Muito nutritiva, a castanha do Pará proporciona diversos benefícios para a saúde humana, atuando na prevenção e no tratamento de algumas doenças.
Das sementes ainda pode ser extraído um óleo, utilizado na produção de tintas e cosméticos.
Propriedades da Castanha do Pará
100 g de castanhas do Pará fornecem 656 calorias. As sementes têm um elevado teor de gorduras (66g), mas boa parte deste conteúdo lipídico traz benefícios para o organismo (38% de gordura monoinsaturada, 32% de poli-insaturada e 23% do tipo saturada). Com relação aos teores de carboidratos e proteínas, em 100g encontramos 12 e 14g, respectivamente.
A castanha do Pará é a principal fonte alimentar de selênio, 100 g das mesmas possuem 1917 µg desse mineral, o que representa 3485% das nossas necessidades diárias.
As sementes ainda contêm quantidades significativas de magnésio (106%), fósforo (104%), manganês (58%), vitaminas do complexo B (especialmente a tiamina, 54%), zinco (43%), vitamina E (38%) e fibras (30%). Estas porcentagens também têm como base 100g de castanhas e uma correlação com as recomendações diárias para um indivíduo adulto. Elas contêm ainda, cálcio, potássio e ferro. Considerando as propriedades mencionadas vejamos quais são os benefícios da castanha-do-pará para a saúde.
Benefícios da castanha do Pará
Veremos a seguir como as propriedades da castanha do pará impactam a saúde e boa forma:
1) A castanha do Pará ajuda a proteger o coração
Apesar de ser muito gordurosa, e apresentar uma parcela significativa de gorduras do tipo saturada (22% da composição de gorduras), a castanha do Pará possui ácidos graxos (oleico e palmitoleico) que ajudam a aumentar os níveis de colesterol HDL e a diminuir os de colesterol LDL. O colesterol do tipo HLD ajuda a evitar doenças cardíacas, já o excesso de LDL está muito associado à ocorrência de aterosclerose, processo inflamatório nas artérias que pode provocar infartos. Um estudo feito com jovens obesos constatou que a ingestão diária de 15 a 25 g de castanha do Pará diminui os níveis de colesterol total e LDL.
A castanha do Pará também possui um considerável teor do aminoácido arginina (100 g de sementes têm 2,148 g), que nosso corpo utiliza para a síntese do gás óxido nítrico, um potente vasodilatador, ajudando no tratamento da hipertensão.
2) A castanha do Pará ajuda a combater o câncer
Os benefícios da castanha do Pará contra o câncer são decorrentes, sobretudo, dos efeitos do selênio em nosso organismo.
Existe uma enzima do sistema de defesa antioxidante do nosso organismo chamada glutationa peroxidase, que precisa do selênio para desempenhar suas funções. Quando em excesso, os agentes oxidantes podem induzir mutações que promovem o surgimento de células cancerígenas.
Além dessa ação preventiva, o selênio também parece ser eficaz no tratamento de alguns tumores. Um estudo, publicado na revista Cell Biology and Toxicoly, mostrou que o mineral estimulou o processo de apoptose, ou morte celular programada, em células de câncer do colo do útero. Outra pesquisa publicada na Cancer Research, também revelou que o selênio ajudou a reduzir a proliferação de células cancerígenas da próstata.
3) A castanha do Pará ajuda a emagrecer
A incorporação de castanhas do Pará na dieta ajuda no processo de emagrecimento. Pode parecer contraditório, mas não é só o seu conteúdo de fibras e proteínas que promovem uma sensação de saciedade: as próprias gorduras insaturadas da semente também proporcionam este efeito, o que fará você consumir uma menor quantidade de alimentos.
O
selênio das castanhas também protege a glândula tireoide e previne o
hipotireoidismo, um desequilíbrio hormonal que leva ao ganho de peso. A enzima deiodinase, que atua na transformação de tiroxina (T4) em triiodotironina (T3), isto é, participa da síntese do hormônio ativo, é dependente de selênio. O T3 acelera o metabolismo como um todo, evitando também o sobrepeso.
4) A castanha do Pará promove o crescimento muscular
Para o crescimento e reparação do tecido muscular é fundamental a ingestão de alimentos que sejam fontes de proteínas. Levando-se em conta a quantidade diária de proteínas recomendada para um homem adulto (56 g), as sementes já ajudam a cumprir uma boa parte dessa meta (um copo de castanhas do Pará fornece cerca de 19 g de proteínas).
As gorduras e o selênio das castanhas também são importantes para a síntese da
testosterona, hormônio que promove o aumento da massa muscular.
5) A castanha do Pará é boa para os ossos
Os benefícios da castanha do Pará também refletem na saúde dos ossos. Os minerais magnésio e fósforo, encontrados em quantidades significativas nessas sementes, são importantes para o processo de construção óssea. O
magnésio, por exemplo, é imprescindível para a fixação de cálcio nos ossos, bem como nos dentes.
6) A castanha do Pará ajuda a preservar o cérebro
Uma pesquisa feita pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP demonstrou que a ingestão diária de castanha do Pará ajuda a preservar o cérebro de danos oxidativos relacionados com a idade.
No estudo, homens e mulheres idosos, 20 no total, que apresentavam deficiência de selênio e comprometimento cognitivo leve (CCL), foram divididos em 2 grupos: dos que comeram uma castanha diariamente e daqueles que não fizeram o consumo da mesma.
Todos os participantes foram submetidos a uma análise neuropsicológica, antes e ao final do estudo. Após um período de 6 meses, os voluntários que consumiram as sementes, não apresentaram mais deficiência do mineral e também tiveram uma melhora da função cognitiva.
A pesquisadora Bárbara Cardoso esclareceu que existe uma relação entre a quantidade de selênio no organismo e o estresse oxidativo, para os casos de CCL, uma condição que antecipa, por exemplo, a ocorrência do mal de Alzheimer. Ela relata que conforme envelhecemos, os neurônios passam a produzir mais radicais livres durante a síntese de energia e que nossas defesas antioxidantes também vão se tornando ineficientes.
7) A castanha do Pará é uma aliada do sistema digestório
Os benefícios da castanha do Pará para o sistema Digestório incluem um aperfeiçoamento da sua funcionalidade, facilita o peristaltismo que é a movimentação para empurrar os alimentos, e melhora de absorção de nutrientes, além de um efeito preventivo contra a
constipação intestinal e até mesmo o câncer de cólon. As fibras da semente são as responsáveis por tais atividades.
Atenção!
- Evite o consumo exagerado das sementes. Para adultos, recomenda-se uma ingestão diária de 55 microgramas de selênio, tendo como limite máximo o valor de 400 microgramas. Isto significa que a ingestão de apenas uma castanha por dia é o suficiente para suprir as necessidades do corpo humano. O excesso de selênio é toxico para o organismo, podendo causar fadiga, queda capilar, unhas quebradiças, erupções na pele, náuseas e vômitos.
- Alérgicos a nozes não podem consumi-las.
- As castanhas do Pará podem apresentar pequenas quantidades de rádio, um elemento radioativo, que é captado pelas extensas raízes da castanheira. Embora o teor de rádio das castanhas possa ser superior do que as concentrações do mesmo em outros alimentos, acredita-se que boa parte dele não seja absorvido pelo organismo.
- Devido às condições de umidade, secagem e armazenamento, as castanhas do Pará produzidas no Brasil estão sujeitas a uma contaminação por aflatoxinas, substâncias cancerígenas produzidas por alguns fungos do gênero Aspergillus. Enquanto no Brasil a quantidade máxima de aflatoxina permitida é de 10 partes por bilhão, na Europa tolera-se até 4 partes por bilhão (e dependendo do país e do tipo de aflatoxina o limite é ainda menor). Como resultado, a União Europeia restringiu a importação das sementes brasileiras. Estudos indicam que a aplicação de práticas que otimizem o processo produtivo, desde a redução do tempo armazenagem até o beneficiamento, diminuem a quantidade de aflatoxinas nas castanhas. A pesquisadora da Embrapa Daniela Bittencourt relata que pelo fato dos bolivianos terem investido mais na qualidade das castanhas, eles superaram nosso país nas exportações.
- Os benefícios da castanha do Pará são mais evidentes se você as consumir sem sal.
http://www.mundoboaforma.com.br/7-beneficios-da-castanha-do-para-para-que-serve-e-propriedades/